António de Sousa
Nasceu em Moimenta da Beira, em 1950, tendo ido para Tomar em 1956, cidade onde sempre habitou, à exceção do pequeno período de 1968 a 1975, em Lisboa.
Frequentou a Licenciatura em História da Universidade de Coimbra, cidade onde se diplomou em Piano e Composição, em 1980, na classe do Professor Mário de Sousa Santos, no Conservatório Regional daquela cidade. Licenciou-se em Ciências Musicais, na Faculdade de Ciências Sociais e Humanas da Universidade Nova, em 1994, onde obteve o grau de Mestre em Musicologia Histórica, em 2006, com a apresentação de uma tese sobre Fernando Lopes-Graça.
Na sua juventude (1968 a 1970) militou em variadas linguagens musicais, tendo sido pianista no Casino Estoril (1969/70) e compositor de grupos do chamado rock progressivo como a Filarmónica Fraude (68/70) e a Banda do Casaco (75/76); praticou a linguagem jazzística no Hot Club, com o apoio, empenhamento e orientação de Luís Vilas Boas e em sessões diversas, com nomes como Jean Sarbib, Luís Duarte ou Carlos Zíngaro.
Estudou regência coral em Coimbra, com o Director da Ópera de Sófia, Vassil Arnaodov, em 1979, com o Maestro José Robert (de quem veio a ser colaborador em várias cursos de Direcção Coral 1981 a 1987), na década de oitenta, com o Maestro Jacques Duvivier em Boulogne-sur-Mer (1984-85 e 86) e com o maestro norte-americano Ward Swingle, no Porto, em 1992. Foi fundador do Coro Canto-Firme (1980), de que é Director Artístico desde a sua fundação, e dirigiu o Chorus Auris de Ourém (1984-1992).
Foi Professor de Educação Musical de 1974 a 2002, Delegado à Profissionalização em Exercício de Professores de Educação Musical na Região do Médio Tejo (1982 a 1985), Responsável Nacional pela Formação na Área da Música para a Juventude (FAOJ) (1981-1986), Diretor Pedagógico da Escola de Música Canto-Firme 1994-2005, Assessor para a Comemoração do Centenário de Fernando Lopes-Graça (2006) do Secretário de Estado da Cultura, Professor Doutor Mário Vieira de Carvalho e Responsável Científico da Casa Memória Lopes-Graça de Tomar (2007 a 2012).
Na década de oitenta do século XX, iniciou-se na composição de música para Teatro, através de uma colaboração com o encenador Carlos Carvalheiro e o grupo Fatias de Cá, tendo sido compositor, entre outras, para as peças Guerras de Alecrim e Manjerona de António José da Silva (1981), Coimbra, Menina Inês, de Carlos Carvalheiro, Convento de Cristo, 1983, Crónica dos Bons Malandros de Mário Zambujal, para o Teatro da Trindade, Lisboa, 1989, Omolete, versão dramatúrgica sobre o Hamlet de Shakespeare, com participações em Festivais no Canadá, França e Bélgica e Japão (em 1990/91), entre outros trabalhos com o grupo Fatias de Cá.
A partir de 1995, iniciou uma colaboração regular com o encenador João Mota e o grupo Comuna - Teatro de Pesquisa, onde se destaca música para as seguintes peças: Viagem - textos de vários autores, para o Convento de Cristo (1995), Tomar; Auto da Alma - de Gil Vicente, para o Convento de Cristo (Tomar), Convento de S. Francisco (Coimbra) e Mosteiro dos Jerónimos (Lisboa), 1999; A Afilhada de St. António, Drama per música sobre texto de António Torrado (2002), Teatro da Comuna; Enfim a Festa - de vários autores, para a Festa dos Tabuleiros (2003), Convento de Cristo, Tomar; Viriato Rei de Osório de Castro, para o Festival de Teatro Clássico de Mérida (2006).
Ainda no âmbito de música para teatro, foi Director Musical da peça A Casa da Lenha de António Torrado, com encenação de João Mota numa produção do Teatro D. Maria II (2006) e galardoado com o prémio de Música, no Festival Internacional de Teatro de Toyama (Japão, 1991), com a peça Omelete, na versão e encenação de Carlos Carvalheiro.
No âmbito da investigação etnomusicológica publicou os seguintes Opúsculos: Para o Cancioneiro de Seiça, Edição da Assembleia Distrital de Santarém, 1983; Cantar os Reis no Concelho de Tomar, Edição Jornal Cidade de Tomar, 1987; O Bailo enquanto realidade sócio-musical, Boletim Cultural da CMT, 1992.
Na Área da Musicologia Histórica publicou as seguintes obras: "A Música No Convento de Cristo" séc. XV a XIX; in "Tomar à Letra", 1994; "Lopes-Graça - "Vida e Obra" - coordenação, Edição Câmara Municipal de Tomar, 1991; "Do Fernando Lopes a Lopes-Graça, coordenação, Edição Câmara Municipal de Tomar, 1991; "Breves sobre Lopes-Graça, Análises musicais", Edição Câmara Municipal de Tomar, 2006; "Construção de uma Identidade Tomar na Vida e Obra de Lopes-Graça; Edição Cosmos; 2006; "Escritos Lampantes", Edição Jornal O Templário/CMT, 2016.
É Director Artístico do Coro Canto Firme de Tomar, Professor de Classes de Conjunto da Escola de Música Canto-Firme e de História da Cultura e das Artes dos Cursos Profissionais de Instrumentista da Escola Jacome Ratton/Canto-Firme.